lugar-comum.

caleidoscopicamente existindo.

(é proibido proibir.)

domingo, agosto 21

estou passeando na minha cidade natal, onde cresci e, percebo mais claramente agora, onde conquistei muitos amigos. poderia falar do mar, que sempre me recebe com graça, ou mesmo da lua que medito em sua plena energia. da brisa que acarinha, do sol que com força nos abençoa. ou falar do quanto sinto tão humanizadas as loucas ruas de fortaleza e como tudo aqui para mim transpira amizade e carinho.

mas a amizade que hoje quero falar é essa do abraçar pessoas queridas e se entregar nesse encontro, onde tudo é sinceridade. sabe, o tempo cria um certo espaço, aparentemente vazio, mas profundamente preenchido de oportunidades. esse espaço cria uma receptividade tão forte quanto atração magnética, tão mágica e real quanto a lei natural da vida, essa mesma de atrair e ser atraída. de repente, vem um pensamento na cabeça, certa lembrança que um lugar remete e não mais que de repente, encontro pessoas que permeavam tais lembranças. encontros no meio da rua me ocorreram muitas vezes durante esse mês. meu nome sendo chamado ao fundo e como um vento se aproximando de mim. ou no dia em que fui na pedra do pôr do sol na beira do mar e do meu lado estava um grande amigo de algum tempo, ambos com fisionomia diferente, só nos reconhecemos depois de um tempo, quando nos preocupamos em olhar para o lado, ai só surpresa boa. também houve quando outra noite encontrei simultaneamente três amigos vindos cada um de uma ponta, como se eu estivesse no centro de um triângulo. quantos abraços! quantos sorrisos! quanto movimento! quantas palavras ouvidas e ditas. quantos silêncios compartilhados, momentos repletos de luz.

amigos do faz tempo e das boas recordações, amigos recentes, na paixão do encontro, amigos parentes, um amigo que vive na rua e me tem por "irmazinha" e eu o tenho por "irmaozinho", é o nosso tratamento. amigos dos amigos que ficaram como amigos, a família só vai crescendo. então, como não juntar no círculo, os amigos que conheci em outras cidades e estados, amigos que vieram de outros países, como são diferentes em costumes e tão iguais no sentimento.. e o quanto de saudade eu já carrego deles por estar somente 30 dias na distância. quanto eu sou rica, só eu sei! onde quer que eu esteja, aonde quer que eu vá, eu sei que vou fazendo amizades, enquanto assim for, terei o mundo como casa minha, pois realmente sei e sinto o poder de um sorriso, da boa conversa, da natureza dos encontros, pois na hora do abraço o mundo todo é um só.

estou aprendendo cada vez mais com este belo e poderoso sentimento amizade.
livia bluebird, 2:04 PM | 2 comments

terça-feira, agosto 9

siriará poesia

livia bluebird, 3:11 AM | 0 comments
nasce a pedra do ventre de sua mãe, pois nesta história a existência é universal.

tanto faz matéria humana, matéria pedra..

todos vieram do ventre, do centro. de si para si.

nasce a pedra matéria e pedra cósmica, pois ainda nesta mesma história, é de total relevância o que se passa no mundo metafisico da pedra. lá pras tantas, já sentia a pedra ser aquele seu milésimo do milésimo nascimento. não sei, sentiu por sentir. na pele, no osso, no orgão. no ouvido, no olho e no modo. o modo estranho como as coisas costumam acontecer se existe formas mais simples, tanto quanto silenciosas e naturais. e sentia principalmente no ser pedra. no todo.

pois quem é você? o que você faz?

olá.. eu não pretendo provar quem eu sou. nem mostrar por mostrar. e menina, acredite, por essas alturas falar já é tão pesado.. pesado do desnecessário que se faz esse campo provatório em que vivemos. então, olá.. eu sou inteiramente o que eu sou neste exato momento e por isso mesmo tenho minha inteira amizade por ti, sendo tu quem tu for. - sentia a pedra milenar.. que respondia sempre e somente:

sou a pedra, estou pedra, faço pedra.

e ficava a lacuna de tudo e de nada. pois há o silêncio imcompreendido, há o silêncio sendo visto como uma ausência da sapiência. enquanto repleto era seu silêncio, mais distante permanecia da palavra. seguia a pedra sendo apenas a pedra por ela mesma. e um dia estalou seu corpo do tamanho despertar de si. o seu imortal compromisso com o bem, o caminho iluminado de si, e a consciente forma de cessar com o ir e vir entre sofrimentos menores. menores que nós. do que nós podemos. consciência é o que a pedra encontrou e encontra na quietude mental, e na simplicidade de seu sentimento de ser pedra em sua essência.

livia bluebird, 2:41 AM | 0 comments