lugar-comum.

caleidoscopicamente existindo.

(é proibido proibir.)

segunda-feira, abril 12

caiu-lhe cinza o outono - pesado como o corpo que cai e cinza como o não-sol dos dias. fez formigas de sua história, já não importavam mais as curvas do caminho. já não importa mais. os passos caminham e já não importa o lugar que chegarei, me importa muito a paisagem nos olhos, o vento no rosto e o céu por todo mim. dava por merecer as frutas no caminho, a água busco na fonte. os cristais brilham meus pés, sim, as minas gerais em meus passos guiam-me ao ventre de minhas experiências. provo do núcleo de minhas ações, provo do caldo de minhas palavras. tenho dentes, sou fera, rasgo nuvens com meu voar. abraço o sol em pleno amor. há um encontro físico e metafísico em meu olhar, o universo me busca, me canta sabiá.
me importa pouco o que estão discutindo, mas o lixo me interessa. catei no lixo os prós de minha poesia, rimei vidas. cantei mares e acordei cachoeira. acordei um girassol com a chuva, viramos os três para o nascente, era o sol ausente, mas tinhamos respeito, sentimento. olhos cerrados. acordei em minas gerais o segredo universal: façamos vida.
moro em lavras novas, interior do interior do centro do país e do centro de mim. moro em cima das pedras, marcadas pelo caminho das águas. daqui não desaguo em mar, mas daqui me busca o universo, o céu me orienta, meu mapa eu rasguei.
minha terapia é viver.
livia bluebird, 11:19 AM | 0 comments