lugar-comum.

caleidoscopicamente existindo.

(é proibido proibir.)

segunda-feira, abril 27

- ói, deixa eu te contar...

dizia a minha senhorinha, que pelo fato da sua vontade de falar, surgiu a história.

- ... deixa eu te dizer, menina, que há anos eu vivo aqui na poesia..

tive medo. uma velha baixinha e corcunda me dizendo que mora na poesia, eu só posso crer que eu não voltei da minha ultima fantasia ou, é... talvez eu possa voar. talvez a luz não acenda, talvez não haja tempo. talvez eu me lembre deste sonho....... - voei.
além do que, de voar e tudo mais, a voz da senhorinha ainda me existia, dizia ela: poesia, poesia, po e s i a .... sabe? aquele vento de voz que fala sólido. pois sim, pois era, as coisas aconteciam de verdade.

- há anos.. quantos anos? - curiei e vesti meu corpo. estava no chão e havia palavras em minha boca.
livia bluebird, 3:19 AM | 2 comments

sábado, abril 25

a parte boa da margem é poder ser louco; o sentido do que não há procedências, palavras sem nomes, universos além.. a parte boa de permanecer na margem é poder abraçar a loucura e pegar dela o que ela tem de melhor: a criatividade. e com criatividade viver e com criatividade sobreviver e sorrir no fim de tudo. ou no começo doutro todo e o tudo mais inteiro por ai.

Há um pouco de café na minha chuva de idéias, dizia ele num encontro de universos. ora pois, se estamos numa teia, como nos mover com criatividade sobre ela?

consciências sorriram agradadas com o assunto em pauta. houve balanço nos ventos, houve balanço no mar. a cachoeira correu com força, a água tem porque tem que chegar.

então ela cai. e pessoas desabrigam, pessoas amolecem perante os fatos sociais e como me mover com criatividade sobre a teia se estamos, minha amiga, todos nessa mesma teia, onde o que acontece ali, reflete aqui e onde tudo, na verdade, é uma só coisa, transformada sob ações psico sociais nossas de cada dia.

- mas.. hum? eu falava de vida..

e a vida sim, a vida nisso tudo se apresenta como caminho.. e você tem em si, consequente da consciência de Unicidade, o sentimento de responsabilidade perante o universo, então. sentimento de construção, contribuição, e você se olha no espelho e pensa, o que eu posso fazer? talvez você sorria e o reflexo sorria de volta e você.... talvez você não goste tanto do que ele diz. - Aqui, nesse momento, houve silêncio no céu.
Um beija-flor pousou.

o vento então soprou aos mundos e as consciências tornaram a sorrir e o beija-flor beijaflorou as flores do jardim. disse ele, o vento, que sim, seu sorriso tem a força de um sol. por favor, sorria! se não tiver muito sentido sorrir para o vento, sorria para as pessoas na rua. o vento se despediu brisa. a tarde seguiu..

teu sorriso gera um sorriso aqui, ali, acolá, em mim, no japão. tua gentileza gera gentileza no muro, na vida, na argentina, no avião. nosso respeito e amizade crescem em forma de natureza e amor. isso em proporções diárias eu digo, nunca desperdiçando a chance de ser natural.

o sol olhava para as pontas dos próprios dedos com jeito de quem não queria acrescentar mais nada e a tarde seguiu...

sabendo disso, fez ele seu sorriso no espelho e olhou profundamente, até que a amizade entre eles, sorriso e sorridente, assumisse proporções visíveis. olha como ele é feliz e como são felizes os que estão por perto (dizem dos anéis de saturno).. ele é uma escola. as nuvens sentidas de dia vencido, dia ganho, dia especial... como todos os outros, como todos os ele's que caminham a si e levam o melhor que encontram para quem quer que.

abraços. - A despedida ficou por conta das borboletas que deram um show de cores em flor.

todos aplaudiram. mas permaneceram sentados: a vida pesou-lhes.

o narrador, ainda, tirando seu chapéu, entrou com a voz suave: no caos reguei a minha paz, eu, que sempre quis morar na árvore.

como sair do teatro? as pessoas se perguntaram todas...
livia bluebird, 2:39 PM | 2 comments