- foi ao cinema?
- café e chuva. só.
- esse é o nome do filme?
- é o nome da noite.
- e a noite foi boa?
- foi sim. e a sua?
- interessante..
- bom.
- tu gosta de continuação em geral? da continuidade.
- depende. se você fala de maneira geral, eu acho que a continuação dificilmente tem a mesma paixão. aquela aura primeira. aquela fome primeira.
- fiquei pensando na 'composição' da continuação de maneira geral...
- composição?
- é, se ela é a mesma coisa transformada com o tempo.. pelo "uso".
- não, eu acho que não é a mesma coisa. se você estiver falando da arte, é mais do que comum o olhar mudar a coisa. pelo uso.. que pode ser o olhar! ou as percepções do olhar. a poesia, por exemplo.
- mas eu acho que cabe na transformação de algo inicial.. é como olhar um papel e não pensar dele apenas um papel, mas ver os caminhos percorridos que transformaram um pouco de árvore em papel..
- bonito, é um pensamento bem generalista.. a idéia de
estar tudo conectado- é.. ai a gente vê, no geral ainda, que está tudo em movimento.. até um corpo 'sem vida'. que é um ciclo.
- é uma idéia agradável.
- sim!, é aconchegante!
....
- mas café e chuva é quase um terrorismo poético, é uma quebra total com uma cultura..
- não quando se acha que vai dar prego..
- vovó diria que deixa a pessoa torta.
- a chuva molha o motor, entra água em tudo. tenho sido menos poética e mais prática. uma pena viu?
- mas para a prática, o mundo é funcional..
- sim, certeza.
- o poeta que enlouqueça.
- ou amadureça.
- é a parte boa da margem..
canção em sol.
o todo se modifica
diante das possibilidades que surgem
ao abrir da porta que você é
uma vez você livre..
é o novo olhar...
boa viagem!
em você há um belo mundo inteiro...
tchau, encontre-me no sorriso.
