lugar-comum.

caleidoscopicamente existindo.

(é proibido proibir.)

sexta-feira, dezembro 29

teu nome de poesia fácil, mas prometo não ser óbvia como rimas etílicas de samba de mesa, mas também não sei se pretendo fazê-las de alguma forma. e não pretendendo é que tenho feito e sido e contigo nas tardes até semana que vem. não vou listar sonhos de novo ano, afinal, mudamos de dia como sopros leves no rosto. que apenas sejam das tardes e dos goles d'água. que teu boto azul te guarde e deixe-me ir, que ainda falta a mim jogar roupas na mala e sair em estrada oposta. sou dos mares, tu sabe. mas é do céu que canto e ele é um só, liguemos os pontinhos. e só pra brincar, te fiz um rock e é sobre aquele quase dito.
livia bluebird, 3:17 PM | 4 comments

segunda-feira, dezembro 25

"é que ultimamente tu está sempre na eminência de um sorriso e eu fico prestando atenção."
livia bluebird, 3:36 AM | 1 comments

sexta-feira, dezembro 22

lucy in the sky with diamonds, anuncia a parede. e os ouvidos sentem o que for de sentir e escutam o que for de ouvir e eu aqui nesses dias, nesses meus dias de trinta horas. cebolas aos olhos e borboletas brincando de não pousar por aqui em mim, no mim de dentro com borboletas de vento. eu poderia não fazer sentido nunca mais, só porque é mais fácil e eu gosto dos curtos prazos. eu poderia também dar o passo além janela do oitavo andar, só para escutar meu encontro com o concreto e responder aos curiosos aflitos, embora tenham seus palpites. no caminho da certeza, à janela do quarto andar, uma moça me deu a mão e seus olhos de caleidoscópio miraram-me. giramos e cores poligonais ao meu encontro e eu deixei de saber e nem sequer escutei. fui, voltei, não sei. meu sorriso de veludo e meu leão perdido em alguma coisa que nunca se esclareceu. a pessoa sorrindo não precisa saber de muita coisa, ela se basta com a dor gostosa nas bochechas. avião de papel não cai, rodopia - aquelas nossas brincadeiras com jornal velho. hoje me viro com jornal do dia e hoje o dia está estranho, essas luzes me encandeiam e entontecida percebo que já estou atrasada para o fim do ano. dezembro todo é como um fim de tarde. o ônibus na minha frente me deseja um feliz natal e me diz que todo o shopping está em promoção. eu acredito, afinal não é todo dia que um ônibus é de exclamações. eu da minha janela, embriagada dessa melancolia clichê, desejo feliz natal a quem for dos festejos. aos demais, colem seus ouvidos na parede, que as estrelas já se anunciam como diamantes. talvez eu precise acordar de vez em quando.
livia bluebird, 10:45 PM | 4 comments

terça-feira, dezembro 19

e não há nada que me tire a força que sinto ao segurar esta placa, nem a melancolia de um fim de tarde, nem medo na madrugada, ou dor no juízo, nada. não é uma dessas placas limitadoras, não digo não. aliás, canto que é proibido proibir. não sei bem o que se passa, nem ousaria tentar explicar, isso que de tão simples nos deixa sem palavras. só vale ressaltar que nada me tira essa força que sinto ao segurar esta placa, sinto-me capaz e o caminho para a confirmação é curto, basta um gesto. e a coisa toda se auto-explica, sem palavras, nos abraços aos sorrisos de dentes.

não é nada demais, apenas um convite ao amor, ao próximo e à nós mesmos, só isso.
livia bluebird, 2:42 AM | 8 comments

quarta-feira, dezembro 13

blue bird
livia bluebird, 12:18 PM | 5 comments

sexta-feira, dezembro 8

a intenção era cair em uma nuvem carregada e ficar na piscina da água que ainda ia ser chuva, mas foi em uma leve, quase nada e parei no chão, de novo aqui no chão. e nem brilhantes do céu e nem nada, tempo não houve. debaixo dos meus pés, sonhos crescem num espaço que não existe. eu sinto a pressão do vôo, ir às nuvens e eu sei, isso é sonhar. mas ele vem e eu já vou pisando, sem mesmo perceber e então eu me permaneço aqui onde caí. me levanto como das outras milhares, eu sempre me levanto. para toda erguida há uma queda, para cada sonho, o seu pedaço de asfalto. nuvem e concreto, a rotineira luta. e tem vez que as nuvens leves, quase nada. eu não sei falar bonito, nem entendo as ricas sacadas poéticas que me falam, eu só tento me calar. eu falo, eu grito e eu calo tentando me calar, do começo ao fim. e eu tenho direito ao grito, assim, bem macabéa mesmo. e os sonhos viram pó nas pegadas, eles quase sempre viram pó. pergunte a ele, então, assim bem bandini. o céu limpo e não foi eu, já que nem um brilhante e nem nada. não era muito o que eu queria, só um pedaço de escuro com pontos cintilantes, coisa que tinta não resolve. e sabe, eu começo a falar e nem sei aonde vou parar, falo isso porque já me percebo parando, ou as idéias que pararam de mim. então vou apenas caminhando errante, caminhante noturno, nessa noite de céu apagado, de estrelas ofuscadas pelo brilho de meus sonhos pisados, infinitos pontinhos brilhantes em pó. brilho muito, brilho alto por debaixo do sapato, onde sonhos que de tão sonhos que eram, são agora estrelas no asfalto.
livia bluebird, 12:54 PM | 4 comments