lugar-comum.

caleidoscopicamente existindo.

(é proibido proibir.)

domingo, janeiro 27

ciência de dois corpos.

meu sol em todos os signos
quando muito sempre me caleidoscópico
em todos os sentidos, escuto imagens, toco gostos
que ampliam-se marcados em trópicos.

câncer, capricórnio
da fusão que nos toma: peixes acaprinados.
mão cheirando pele nova, testas a se beijar:
manifestam-se os instintos aflorados.

meus signos em linhas retas
e em curvas, retornos, reciclar
então enquadro-me numa meta,
o primeiro passo não foi meu
mas foi eu o primeiro lugar.

eu varri, limpei, gostei
fiz aqui o teu ficar.
farejei, me encontrei e sei:
eu, em primeiro, a fim de te aguardar.

eu abri meus braços
a fim de te guardar
o primeiro passo não é meu
mas são meus os passos deste lugar.

a vida se apresenta no plural
todo o mais e ademais, terra, água, fogo e ar.
me falam na ciência absoluta natural
e eu, sem verdades, busco me naturalizar.

nossos dias não combinam
se dizem elementos antagônicos
mas o que posso eu fazer?
meu ar se naturalizou teu gás carbônico.

a troca gasosa é subjetiva
quando a matéria se torna lazer
a minha alma festeja ativa
alvéolos pulmonares não existe porquê.

ar
eu respiro o mesmo ar
quando nosso astro enluarado põe-se a solar
na beira-mar, em qualquer lugar
eu respiro precisar

e gira
cicla
recicla

de tudo falado em silêncio
eu tento agora em alguns versos
a terra gira em torno de nós mesmos
e nós em torno do universo.

o movimento de rotação não dura um dia
não dura um ano, nem faz chover:

o nosso tempo é apenas acontecer.
livia bluebird, 5:42 PM | 4 comments

domingo, janeiro 20

do nosso romantismo:

- oi, munguzá do meu coração.
- meu fubazinho afarofado!
livia bluebird, 8:44 PM | 4 comments

domingo, janeiro 6

não vou falar do meu começo de ano, porque nunca o identifico assim, feito bloco. eu vejo as fases.

vendo coisas que escrevi nos tempos do faztempo, não entendo muito como eu costumava funcionar. o que percebo é que algo colossal me tomava, diferente dos algos hoje. é muito nítida a atenção que eu dedicava a um troço chamado apatia. só que é bom, hoje, ver como estou em um extremo que não existia antes para mim. e bom também perceber, ainda que me colocando extremista, que o caminho para tal polo, aconteceu de uma forma equilibrada, passo depois passo. dia depois do outro. eu depois de mim. e, no meu caso, nada melhor do que caderno antigo pra registrar as gentes que eu já fui:

apatite b
(da apatia crônica)

vão.
e eles foram.
e continuam indo.
eles que não sei mais que isso
que não os faço em outros tratamentos
que parados, já são passado
perdidos na curva que fazia.
- bom dia, domingo.
falava ele a si mesmo
e desde então já se ia.
eu, em vão: pois que fossem!
e eles indo. mais que indo,
todos eles ficando.
eu ficando também
a tanger música aos meus ouvidos
tentando cura dessa minha inexistência,
pura doença de meu presente.
não.
e sempre eles indo,
de alguma forma, sempre indo
quase nem caindo no esquecimento
do tanto que não foram lembrança.

os dias passam, os anos ficam.
livia bluebird, 2:48 PM | 8 comments