lugar-comum.

caleidoscopicamente existindo.

(é proibido proibir.)

domingo, maio 28

está amanhecendo e nem perto de conseguir dormir. agora com dia claro, chuto que nunca mais por hoje. então espero, afinal, nós sempre esperamos. espero o sono, as férias, espero não ficar em nenhuma cadeira. espero o scrap da moça e um olhar do moço, espero a conversa rimada e pinguins, onde estão todos vocês?, não aguento mais esperar. espero por uma outra noite na praia e sobre isso decidi não escrever. decidi que ficaria eterna na lembrança ou no esquecimento, decidi não prendê-la em palavras, decidi que a minha noite na praia seria uma noite na praia sem poemas ou textos, ela seria apenas. apenas seu ser basta, e bastou pra me fazer sorrir. e quando tinha sido mesmo a última vez? não lembro, mas sei que tava esperando. sorri grande, bobo, sem jeito, sorri sorrisos, meu alguém, tu sabe a dimensão de meu sorriso? foi assim, sim, te abraçaria com meu sorriso, pois tu caberia nele. mas não foi tamanho ou tempo, foi eterno, e qual é mesmo a unidade de eterno? não, não vamos medir isso, os números não me interessam. a nós, das letras e das dores, da sensibilidade e da simplicidade, amar e mudar as coisas nos interessam mais - e tu precisaria de muita semiótica para te perceber por aqui.
livia bluebird, 1:08 PM | 1 comments

sexta-feira, maio 26

dormi fazendo afago no cabelo de minha irmã que se aninhava com medo dos trovões e descobri a graça de ser irmã mais velha.
livia bluebird, 9:34 AM | 1 comments

domingo, maio 14

mas eu queria falar de amor...

- te amo mil vezes
- e depois?
- depois?
- é, depois que acabar essas vezes..
- quando chegar lá a gente ver o que acontece.
- muito pouco..
- vai me dizer que me ama infinito?
- quando chegar lá tu vai ver.
livia bluebird, 11:23 PM | 3 comments

sábado, maio 13

algumas linhas de meus dias. então, conte-me uma piada e vamos fingir felicidade. o dia está amanhecendo trazendo aquela melancolia conhecida nossa. conte-me aquela, aquela é boa, me faz rir. tão sem sentido, talvez seja a graça. aliás, comprei minha não-graça tentando achar em tudo o tal sentido. é, conte-me aquela mesmo. pelo menos há a lembrança, conheci a felicidade na infância, não se demorou, mas falou que mais tarde voltaria. pois bem, esse olhar distante que carrego é a espera. mas está amanhecendo e quem sabe amanhã. comprei um sabino pra mamãe. é fernando dando o ar de sua graça - seus grandes encontros, sua simplicidade complexa e isso não é nem de longe um paradoxo. paradoxo é um homem batendo punheta, dizia a porta do banheiro masculino e eu confesso que não entendi. talvez soasse engraçado se eu tivesse captado a mensagem, mas nem isso. e eu não tenho mais cabeça, nessas alturas do caminho, pra aguentar professora mal comida. eu poderia dizer amada, mas hoje eu preciso falar essas coisas vulgares, é tudo uma questão de extravasar. o moço do violão me presenteou em cheio, um lindo belchior dedilhado. o gelo desapareceu e a coca ficou aguada. ironias têm me machucado e falo sério. abrir a porta do porão tem me doído e eu não estou pensando no sentido das palavras, não esqueça que a cabeça abandonou minha voz. mas então, conte-me aquela piada e tudo resolvido.
livia bluebird, 3:53 AM | 3 comments

domingo, maio 7

sou de aparência estranha
coisa de quando eu me dei mal
pois dessa vida não tenho a manha
mas tenho andado legal.
com os números não me arrisco
mas falo com mestria que amei
e se me dizem que amor não acaba
eu digo, meu amigo, foi eu que me acabei.
livia bluebird, 3:50 PM | 7 comments

quarta-feira, maio 3

a boa música sempre salva. e as boas novas? as mesmas de sempre, meu jovem. os ventos não mudaram a direção desde aquele tempo que brincávamos de sonho novo, mas sabe, os sonhos também são os mesmos. hoje é igual a ontem e assim sendo eu nem lembro o que fiz segunda-feira. semanas ruins, eu diria. digo que tudo bem para evitar a fadiga. as pessoas não entendem, essas pessoas na sala de jantar. talvez o sol nem seja tão bonito mesmo, talvez caminhar contra o vento não seja coisa para todo dia, mas tudo bem, nem o sempre é todo dia, e nessa eu já bati demais. escrevi um sambinha, papai que é de noel, adoniran e cartola, aprovou. fala de alegria, alegria de um minuto. letra calma, batida tensa, pede pressa, mas é que o minuto vai acabar, diz a música. e quer saber? não leve flores às causas enterradas. a célula revolucionária que carregamos está guardada num filme de arte, todos aplaudem, mas onde estão todos? onde está a estudantada de coragem? os sem destinos, os renegados, os sonhadores? estão agora nas esquinas de um bairro antigo, estão nas drogas e no roquenrol, esse tal de ronquenrol, doutor. o cheiro da nova estação esvaiu-se e tu nem terminaste teu refrão. e o que era mesmo que queria dizer? conheci a pouco o primeiro comunista de verdade da minha vida quando ele tentava me vender chaveiros na praia. me fez careta quando eu disse que só queria ficar em paz, o que não é pouco. mas o que ele queria? os trombadinhas crescem e viram políticos, chico lança trabalho novo enquanto julinho da adelaide cai no esquecimento, atos políticos sempre terminam em música e ativistas que levantavam suas bandeiras perdem suas razões por excesso de álcool. um homem com um violão e uma gaita faz mais protesto que uma multidão, disso dylan já sabia. mas insisto, em tempos que che (e não falo de suas ideologias) vira moda, eu, de fato, só quero ficar em paz. não vou a lugar algum, vou ser todo o pra sempre que cabe em um minuto, mas só vou se tu flores.
livia bluebird, 12:19 PM | 3 comments