lugar-comum.

voltando. nariz vermelho e cem fotos presas numa câmera sem cabo.
quando eu estiver menos grogue do cansaço eu venho escrever alguma besteira por aqui. tchau.

o garden state chegou e eu fui lá ser amigável e dar as boas-vindas à ele. fui, dei, fiz o diabo. numa terça-feira tudo é tranqüilo. não tem fila no cinema, não tem pessoas se esbarrando pelo shopping, não tem conhecidos por todos os lados, não tem.. cristo, como eu adoro as terças-feiras dalí. terças são terças e isso não se discute, vamos combinar, se você tiver que fazer algo, faça na terça, ela faz tudo por você e ainda faz perfeitamente bem feito. é a lei. se bem que eu tô lembrando de uma terça-feira que foi bem putinha comigo, aquela que te leva todo o dinheiro da tua carteira antes que acorde. aquela foi ruim, o dia quase não acabava. oquei, esqueçam esse papo furado de terça-feira, eu tava só querendo agradar meu dia, porque hoje realmente foi um dia agradavelmente calmo.

andar sem relógio é sempre uma aventura. não, andar sem relógio não é nada, perguntar as horas a alguém é que é uma aventura. é, porque eu não pergunto pra qualquer um, eu sou fresquinha. antes de tudo eu tenho que ver se a pessoa tem cara de pessoa que se pergunte as horas, até mesmo antes de ver se ela tem relógio. quando eu, enfim, escolho, olho bem para a pessoa pra ter certeza de que vai ser mesmo aquela pessoa. dois metros e meio de distância e eu olhando, a pessoa percebe e me olha e faz uma cara de quem é essa menina, por deus? e eu vou em sua direção e ela vem na minha porque meu olhar apático não dá a oportunidade da pessoa pensar em alguma saída, eu manipulo. então chego e pergunto com um rosto amistoso, que horas são, por favor?, e a pessoa me olha aliviada provavelmente dando graças a deus que eu não sou ninguém conhecida e que ela não precisaria mais revirar as lembranças para a achar o diabo do buraco de onde eu havia saído. e isso tudo em fração de segundos. não, eu não te conheço, só quero as horas, as horas senhor. obrigada.

era hora de ir - ou seria a hora de voltar? garden state, espere só mais um pouco, sim? sim, sim, eu estava ao seu encontro e tinha uma coca-cola na mão e não poderia ser melhor. entrei na sala e só havia eu. existe beleza mais beleza do que essa na vida toda? eu me perguntei. e me respondi: não, meu caro fígado, não existe. agora só vinte minutos nos separavam e eu estava alí, bebendo coca e ouvindo aqueles pianinhos. quando eu já estava contando quantos acentos havia alí, entrou um senhor. foi engraçado. assim que ele entrou uma nova música começou e a cada passo que ele dava era uma nota, cada degrau era um si, ou um lá, um dó, vai saber. achei aquilo fantástico e imaginei que queria ser diretora de filme pra colocar aquela cena em qualquer hora em qualquer filme. mas aí eu já não estava a sós com o senhor e foram entrando pessoas, mas foram entrando tão poucas pessoas que criou-se até um elo entre nós. oquei, essa parte é mentira, mas seria lindo se criasse. enfim, o filme começou e eu já estava chorando. e assim que a primeira cena passou eu queria voltar, eu queria voltar todas as cenas, eu queria voltar para captar tudo, eu não queria perder nada. o zach braff tá muito tudo (ele é o diretor também) e a natalie portman também! tudo lindo e eu tô me sentindo muito cor-de-rosinha chamando tudo de lindo, mas é que não tem outra palavra. lindo é uma mesclagem de tudo que é bom no mundo. mas eu queria voltar o tempo todo, muita coisa se perdeu. eu pretendo ver de novo, amanhã, depois ou depois. ou então espero o dvd e a boa vontade de alguém me presentear com um. ou alugo e passo alguns sérios dias com ele, ou sei lá, faço qualquer coisa, isso só não pode ficar assim. o filme não acabou, garden state não é filme que se acabe, não é filme pra uma vez, nem pra duas, nem pra três.

vou me casar com garden state, certeza. e ainda vou jurar amor eterno, vai ver.

há quatro dias eu achei a tércia montenegro no orkut e há exatos quatro dias eu tento deixar um scrap falando qualquer coisinha que expresse a minha admiração, mas não consigo pensar em nada que não soe bobo, estúpido, banal... por que ela tem que ser tão tão tão algumacoisaboa e eu tenho que ser tão tão tão algumacoisaruim? eu eim, nunca pensei que escrever um recadinho fosse tão dicífil. não consigo fazer nada, muito menos ignorá-la.

e eu já falei como eu amo a fisionomia da scarlett johansson? pois falo agora: eu amo. ela tem os olhos de quem já viveu bastante, são calmos, pacíficos e são tristes também. mas não aquele triste sofrido, mas um triste vivido. se é que existe esse tipo de triste, de qualquer forma, se não existir, eu invento agora pra ela!, pronto, tá inventado. ela é assim e acabou. não é que ela tinha que fazer um papel de uma pessoa tediosamente entendiada que ela me passou essa impressão, no em boa companhia ela é uma garota esportista que gosta de tênis e que acaba de entrar para a faculdade que sempre quis. boa vida, eim? é, e os olhinhos continuam lá, do mesmo jeito triste de sempre.