lugar-comum.

e daí se eu senti um cheiro que me lembrou meus seis anos e me fez ver todo aquele cenário onde passei minha infância? e daí se eu senti falta disso e nem ao menos lembro do cheiro (só se sentir de novo) direito? e daí se eu tenho vinte anos de porra nenhuma e queria aquele tempo de volta? e daí se eu tô pensando em muita coisa e não tô escrevendo nem um décimo da coisa toda? e daí se o mundo parece dizer "e daí?" pra ti o tempo inteiro? e daí nada, mundo de merda, e daí nada, me respeite!

não vou nem falar do tamanho da minha raiva quando fico sabendo das cruealdades humanas com pobres cachorrinhos, mas puta que pariu, vou repassar aqui uma merda que aconteceu em são paulo: uma mulher ia se mudar de são paulo e não tinha como levar o seu suposto amado cãozinho de raça porte pequeno, de dois anos e condições perfeitas com ela, então num momento de muita esperteza e inteligência, teve a brilhante idéia de levar o amado cãozinho para sacrificar. sacrificar, matar, fazer qualquer merda, tirar a vida do cachorro porque simplesmente não podia leva-lo praonde quer que ela fosse. vai se fuder, se eu fosse o veterinário eu matava era uma mulher dessa. ela não é desumana não, ela é HUMANA! ô raçazinha de uma bosta, tenho vergonha. não que eu seja o maior exemplo de nobreza, de virtudes e de bla bla bla, mas certos sujeitos me dão nojo! coitados dos pobres animais que estão nas nossas mãos sujas, coitados.

e eu que falei que não ia falar da minha raiva, mas impossível ser imparcial numa situação dessas. e pras pessoas que ainda se acham os seres mais evoluídos do planeta, a minha pena. infelizmente muitos pensam que todos os não-humanos são meros brinquedinhos que se pode tirar a bateria a qualquer instante por qualquer motivo, quero e acabou. a situação tá tão horrível que eu tô tão desiludida com os próprios homens, que a morte de um ser humano não me abala não mais que a morte de um cachorrinho por exemplo. enfim, enfim, queria que essa mulher um dia dependesse totalmente de outro ser humano e este decidisse que ela não devia continuar viva. pena, pena de tudo. aquelas coisas que a gente diz que tem pena pra não dizer coisas piores.

o oswaldo montenegro fala cantando, uma voz ritmada, uma música calma, uma voz mansa, quase perfeita. noutras vezes eu quase não entendendo o que ele fala, as palavras coladas uma na outra, uma correria, é pouca voz para tanta vontade de falar. geralmente isso só acontece no meio, o começo e o fim são aveludados. no dvd 25 anos, se bobear, eu gosto mais quando ele conversa com o público do que mesmo quando canta, é muito lindo, lindo de chorar. eu sei que ando muito a flor da pele utimamente, mas é lindo de chorar mesmo, literalmente. aquelas lágrimas que te banham de paz, que passeiam pelo rosto e desaparecem quando encontram um sorriso bobo. uma maravilha.

hoje o meu dia foi bem o oposto de ontem. hoje eu ri de besteiras, hoje eu fiz coisas bobas, porém felizes. utimamente eu tenho ido muito ao cinema por não ter o que fazer, não que eu esteja reclamando, mas geralmente é quase uma fuga. hoje foi o dia que eu não quis ir ao cinema para fazer nada, porque simplesmente estava bem fazendo nada, aquele nada que parece tudo.

se eu morasse no mar eu iria caçar águas-vivas e rir freneticamente disso.

e ontem eu fui me dar conta de que eu ainda acredito na loira do banheiro. eu me lembro como se fosse hoje o dia que meu irmão me contou aquela história horrenda arregalando os olhos e com uma voz de sinistra de suspense. quase morri, só não morri porque eu não precisava ir ao banheiro na hora mesmo. enfim, vivi um inferno por longos tempos, achava que a desgraçada iria sair pelo granito da pia de uma hora pra outra enquanto meu xixi descia pavorosamente. acreditei fervorosamente até um dia desses que eu não podia dar descarga à meia noite senão ela apareceria raivosa por eu ter lhe acordado. com o tempo me acostumei com a idéia de ter um ser feio e violento no meu banheiro, me acostumei com a idéia de ser engolida viva pelo ser, me acostumei com tudo, mas nunca, nunca deixei de acreditar que ela estava alí, escondida entre um azulejo e outro, só esperando a deixa para atacar. ontem não sei porque percebi que é inevitável lembrar disso toda vez que vou ao banheiro de madrugada, de tão corriqueiro eu nem percebia mais. pior, já era normal a sensação de estar acompanhada pela nada mais, nada menos que a loiríssima loira do banheiro, já é parte de mim esse pensamento, ela está aqui e nada me faltará. é meio desesperador pensar que eu vou morrer achando que ela existe, mas fazer o que, né?

só sei de uma coisa, meu irmão, apesar de ter sido muito sujo da parte dele, fez um trabalho bem feito, eu nunca conseguiria essa proeza. o máximo que consegui foi fazer uma menininha se esconder atrás do sofá com medo de uma caretinha que eu fiz e ainda tive a falta de sorte dela ter ido contar pra mãe dela que eu era uma bruxa, fiquei na merda. eu devia ter dito que eu era a loira do banheiro..

pesadelos deviam serem proibidos para menores de cem anos. pesadelos não deviam existir, na verdade. eu sei que eles só dependem de mim e do meu inconsciente, pois que o meu inconsciente também deixasse de existir, ora mais. e já que é assim, eu devia deixar de existir também, devia parar de funcionar como uma máquina (como aquilo que eu vi no pesadelo), ir perdendo as forças até parar, assim os pesadelos sumiriam. tá, falei merda, apaga tudo.

procurar alguma coisa nos meus favoritos que pelo menos me distraia até o sono dar as caras. é essa a minha meta todos os dias, se é que eu tenho alguma. tentar ter um dia legal, distrair, matar o tempo... até o bendito sono chegar e dar as ordens na casa.
assisti um filme muito triste, não consigo nem pensar direito sobre tudo que vi. a única coisa que sei é que eu preferia não ter visto. querendo ou não, é aquilo alí. seja de que forma for, no fim das contas, vai ser realmente aquilo alí, sem tirar e nem por. esses filmes são feitos para pessoas fortes, não para mim.

e no meio disso tudo, pelo menos eu tenho coca-cola.

tá certo que eu já sabia que a quica não era muito normal, mas hoje passou dos limites. fui toda serelepe brincar de fazer bolhinhas de sabão quando a quica se aproxima e subitamente começa a comer a bolhas. meu, pára tudo, COMER as bolhas de sabão! qual a noção dessa cachorra? eu sei que cachorros não têm essas coisas de noção disso, noção daquilo, mas eu tenho certeza que as outras duas não fariam nem metade das coisas que essa doida faz. comer bolhas de sabão, onde já se viu? vai que ela queria escovar os dentes né, nunca se sabe..

atenção, se alguém quiser adiantar a viagem para o inferno, por favor se dirigir ao iguatemi em qualquer quarta-feira das férias. tem o lado bom, claro, sempre tem. se antes você precisava dar a vida para chegar lá, agora você só precisa dar algumas moedinhas no ônibus e dar sinal na parada certa, fácil, fácil. agora é sério, o programinha estava super tranqüilo até o momento que eu avistei aquele amontoado de coisas ambulantes e irritantementes felizes. fico, não fico, fico, não fico... fiquei. e entrei na fila, sem contar que demorei um bocado pra descobrir o final dela. um imenso caracol bem tortinho. atrás de mim tinha um projeto de gay, achando que tinha descoberto todas as pólvoras, descoberto o mundo (eureca!) só porque havia descorbeto que gostava mesmo era de beijar bigodinhos, e na minha frente tinha uma mulher que reclamava de tudo, reclamava mais do que eu, que reclamava mentalmente dela também. fiquei na dúvida se ia realmente aguentar ficar naquela fila até o momento que a mulher do caixa me perguntou qual filme iria assistir. para a minha sorte a sessão do meu filme estava calminha, calminha, feita sob medida pra mim, parecia um universo paralelo àquele inferninho. porém, quando saí, parecia estar mais caótico do que antes, ficou difícil de ver quem era o diabo-chefe daquilo tudo, mas na verdade, nem queria. esse tipo de informação eu estou dispensando. eu só queria mesmo era ir comprar a minha coca-colazinha, pegar o ônibus e sentar na janela. e foi tudo o que eu fiz, e fiz bem feito, obrigada.

e disse "sim, vai ter que fazer a cirurgia pra tirar esse treco do teu olho" como quem diz bom dia, senhora! e eu respondi "oquei" como quem responde bom dia, senhor automaticamente. estranho como as pessoas são frias hoje em dia, essa sutileza me dá agonia. oh céus, não se faz mais pessoas como antigamente.

eu e o blogspot mais uma vez, agora caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento, vamos ver no que vai dar. eu só espero que dê alguma coisa.

seguinte, não me linkem em lugar algum, para o bem da paciência de vocês, oquei? eu mudo, eu sempre vou mudar, isso é certo, eu preciso, é mais forte que eu, é da minha natureza. vocês não entendem, dá até pra sentir o espírito atigindo aquele estado de nirvana quando deleto ou apago quase tudo que tinha. tá, não é pra tanto, mas fazer isso me dá uma satisfação tremenda do mesmo tamanho da satisfação que é fazer outro blog. tá bom, nem eu entendo. mas é isso, no mais é isso. sempre isso e com isso. it's me, babe, let's rock?