ouvia-se no canto dos pássaros
no canto das águas.
do canto do quarto me desenfurnei.
andei de bicicleta pelas ruas desta capital.
a extrema direita da rua me seduz, não tendo luz, aceno com o braço
com o menor embaraço ante um ilusório engarrafamento.
sorrio no trânsito
e não havendo tráfego, avanço o sinal.
estou na terra natal
as ondas deste mar me recebem com carinho
as frutas que apanho nas calçadas é meu desejum para esta música,
lúcida viagem que mapa eu rasguei.
vento a vento, curva após curva
vou seguindo não somente pela busca
mas tanto também pelo que já encontrei
e mais ainda pelo que me vem de surpresa.
enquanto houver o canto dentro e fora do peito
mesmo sem destreza, hei de seguir, ir sem hesitar
e também hesitar, para mudar a valsa
passo a passo, a cadenciar
pois não sou eu quem faço a viagem
ela que me escolheu caminhar.