lugar-comum.

a voz travada de tudo que era. e era mesmo muita coisa naquele pequeno espaço entre a fala e o pensamento. uma confusão, por melhor dizer. e quanto mais não falava, mais tinha por falar, inclusive isso de não conseguir me comunicar. vezenquando falava, alguém entendia, mas não me sentia compreendida. na verdade, não me sentia calada. falava de dentro e eram ruídos. e os sonhos soltos que o fio se desfez - eu cheia de dedos e sem metáforas. pensei que os sonhos longe dos filtros eram mais sonhos. que o sonho é mais sonho antes mesmo de ser sonhado. mais um dia de vida é menos um dia para o fim - para o começo. e isso entra para a lista de coisas a pensar. eu deveria mesmo era fazer. mas eu falava apenas, falava e falava. e eu falando e ninguém ouvindo, mas que coisa que é essa lógica!, eu gritando, cristo! das pontas incontáveis ao bonito aos olhos. agora que tenho uma constelação inteira no pescoço. não é pra ser bom, não é pra ser ruim. não tem problema em ser pra dentro, tanto faz se for pra fora. tendo ou não tendo lógica aos olhos outros, eu me fui, eu me sou por inteira. um desajeito que nem grito. e é com o grito que eu tenho silêncio, é meu depois, meu agora, a dualidade precisa. é quando o espaço entre a fala e o pensamento se torna enorme, preenchido de tranquilidade arranjada. e nesse momento escuta-se uma voz silenciada de tanta calma: amanhã fará calor, tem muitas estrelas no céu.. então percebo meu coração pulsar na ponta do dedo - apontava as marias. é, eu caí mesmo nessa vida.

"deus é aquilo que me falta pra compreender o que eu não compreendo."