- é isso, então?
e era. era como jamais havia sido, mas não era isso, então. na verdade, sempre foi e simplesmente. então é perceber agora e isso, repito, já era de tempos, sendo agora como jamais - mas nada merecedor de um conector conclusivo. apenas já era sabido, já sentido, já sido. e uma vez sendo, então, percebo agora, aqui jazido.
- eu não entendo e eu juro que tentei.
- tentou mesmo?
- sim, tentei.
- e agora?
- agora.. agora ainda tento.
- não, bobo. agora, depois de tentado, o que ocorre?
- ocorre como se não.
- é que não foi suficiente..
- foi, juro que foi.
- então..
- e é, juro que é.
- é, eu ia falar isso.. hum.. talvez não mereça entendimento.
- ah, mas merece..
- é, não sei bem, talvez apenas não haja.
- mereça, mas não haja?
- é, há de ser.
- e há?
- e eu sei?
- e eu?
- eu, tu, parava.
- desisto?
- talvez distraído perceba.
- só me fala em hipóteses, por que não me dá uma certeza?
- eu?
- é, tu.
- e que certeza eu tenho para dar?
- tu sabe bem, o que não entendo é feitio teu.
- ... vem deitar, vem.
- vai me distrair?
- vou me entender em ti.
e até que o possível nos separe.
o sininho do meu avô quebrando o silêncio da madrugada. fui lá e ele perguntou pela mamãe..
- tá dormindo.
- isso lá é hora de dormir!
- é meia-noite, vô!
- puta que pariu, tô desorientadim.
- pois é meia-noite.
- não sei mais nem onde é o mercado central..
