lugar-comum.

"havia, num dia, dois pássaros-olhadores de frente para o mar, ali na piedade. um dizia ser de orion e o outro só lembrava que estivera na lua. e eu, com efeito estelar em meus ouvidos, acreditei que poderia ouvir a conversa:

- quantos peixes estão vivendo apenas de instinto?

- ... espero que quase todos..

- é. ... todos.

aí os pássaros-olhadores fizeram sorrisos sob o enorme prazer de saberem e sentirem, feito uma nova e reiventada ciência, que todos os peixes eram sim verdadeiramente naturais. e sorriram também para o despertar da mágica da vida. e ficaram ali enquanto o dia mudava a cor, mas o tempo não passava a medida que não mediam mais seus sentimentos. a vida continuou a acontecer da forma mais óbvia e incrível que poderia ser. sem necessidade do miserável espetáculo humano, a gente se surpreende mesmo é com a vida, quando a percebemos assim, simplesmente como ela é (para a maioria, deveria ser): uma simples e mágica vida. é de arregalar os olhos e até os poros. é de brotar flor em cada poro nosso. e aí, é de fazer sorrir mais ainda, quando a gente se lembra de ter semeado.

fez-se um jardim e o entendimento geral sobre o poder das flores. "

- amigo, você pode provar a existência de pássaros-olhadores na América do Sul?

- certamente você nunca esteve em uma estrela..