lugar-comum.

caleidoscopicamente existindo.

(é proibido proibir.)

domingo, janeiro 6

não vou falar do meu começo de ano, porque nunca o identifico assim, feito bloco. eu vejo as fases.

vendo coisas que escrevi nos tempos do faztempo, não entendo muito como eu costumava funcionar. o que percebo é que algo colossal me tomava, diferente dos algos hoje. é muito nítida a atenção que eu dedicava a um troço chamado apatia. só que é bom, hoje, ver como estou em um extremo que não existia antes para mim. e bom também perceber, ainda que me colocando extremista, que o caminho para tal polo, aconteceu de uma forma equilibrada, passo depois passo. dia depois do outro. eu depois de mim. e, no meu caso, nada melhor do que caderno antigo pra registrar as gentes que eu já fui:

apatite b
(da apatia crônica)

vão.
e eles foram.
e continuam indo.
eles que não sei mais que isso
que não os faço em outros tratamentos
que parados, já são passado
perdidos na curva que fazia.
- bom dia, domingo.
falava ele a si mesmo
e desde então já se ia.
eu, em vão: pois que fossem!
e eles indo. mais que indo,
todos eles ficando.
eu ficando também
a tanger música aos meus ouvidos
tentando cura dessa minha inexistência,
pura doença de meu presente.
não.
e sempre eles indo,
de alguma forma, sempre indo
quase nem caindo no esquecimento
do tanto que não foram lembrança.

os dias passam, os anos ficam.
livia bluebird, 2:48 PM | 8 comments

8 Comments:

o tempo é um rapaz interessante pra se conhecer.
Anonymous Anônimo, at 6/1/08 3:14 PM  
nos antigamente algo colossalmente apático e depois o contrário disso?
pois né, os ciclos. ei, virá de novo algo assombrosamente apático, será? capaz de sim. os ciclos, os ciclos, vai ver.
Anonymous Anônimo, at 7/1/08 7:16 AM  
Minha vida é um apático Domingo. Principalmente nas Terças. E nos Domingos, claro.
Anonymous Anônimo, at 9/1/08 1:31 AM  
todo passado é bom quando olhamos pra ele e percebemos que estamos bem melhor no presente. que crescemos, que mudamos, que atualmente somos alguém melhor. por mais que o seu passado seja meio apático.
Blogger Elenita de Castro, at 9/1/08 9:07 AM  
ei barbara, esse teu comentario me fez pensar nos reciclos. um novo ciclo em cima do mesmo círculo, nova passagem. aí me fez pensar que a gente não volta a ser o que já foi por causa dos ciclos não. e não é nem nos colocando numa escala evolucional não, é apenas pela diferença mesmo.
que nem papael quando reciclado, continua sendo papel, mas um papel diferente.. e depois ele pode ser parte do material de uma caixa e num outro ciclo a caixa que era de presente pode ser um porta-coisas ai depois ele pode ser liquidado e se transformar em outro papel, ele pode também passar por uma compostagem e virar adubo, ai ele pode virar um pouco da terra que fez o cimento daquele prédio, ai o prédio pode ser uma escola, depois podem derruba-lo e do entulho fazer uma calçada, um pedaço da calçada virou pedra que ficou pelo meio do asfalto..

o que tu acha?
Anonymous Anônimo, at 9/1/08 2:44 PM  
eu acho que você reage a todos os ciclos com uma maestria incrível...
minha amigona de todos os ciclos =)
Blogger www.jotelog.cl/jornalintimo, at 12/1/08 2:32 PM  
pq parece que tudo cabe e volta praquela mesma tabelinha dos elementos atômicos, do pó até as estrelas. ademais, a nossa cabeça, mais cheia ainda de conexões sinapsiais e subjetivismos, e de todo apareto quântico e escatológico ao mesmo tempo agora. resultando pois em quê além de ciclos e reciclos e estados variados de ser? aí vem heráclito dizer que "não poderias entrar duas vezes no mesmo rio".
aí tb, o papel vira pedra.
Anonymous Anônimo, at 16/1/08 10:32 PM  
é tudo um espiral
Blogger livia bluebird, at 28/3/08 6:08 PM  

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