ciência de dois corpos.
meu sol em todos os signos
quando muito sempre me caleidoscópico
em todos os sentidos, escuto imagens, toco gostos
que ampliam-se marcados em trópicos.
câncer, capricórnio
da fusão que nos toma: peixes acaprinados.
mão cheirando pele nova, testas a se beijar:
manifestam-se os instintos aflorados.
meus signos em linhas retas
e em curvas, retornos, reciclar
então enquadro-me numa meta,
o primeiro passo não foi meu
mas foi eu o primeiro lugar.
eu varri, limpei, gostei
fiz aqui o teu ficar.
farejei, me encontrei e sei:
eu, em primeiro, a fim de te aguardar.
eu abri meus braços
a fim de te guardar
o primeiro passo não é meu
mas são meus os passos deste lugar.
a vida se apresenta no plural
todo o mais e ademais, terra, água, fogo e ar.
me falam na ciência absoluta natural
e eu, sem verdades, busco me naturalizar.
nossos dias não combinam
se dizem elementos antagônicos
mas o que posso eu fazer?
meu ar se naturalizou teu gás carbônico.
a troca gasosa é subjetiva
quando a matéria se torna lazer
a minha alma festeja ativa
alvéolos pulmonares não existe porquê.
ar
eu respiro o mesmo ar
quando nosso astro enluarado põe-se a solar
na beira-mar, em qualquer lugar
eu respiro precisar
e gira
cicla
reciclade tudo falado em silêncio
eu tento agora em alguns versos
a terra gira em torno de nós mesmos
e nós em torno do universo.
o movimento de rotação não dura um dia
não dura um ano, nem faz chover:
o nosso tempo é apenas acontecer.
livia bluebird, 5:42 PM
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