e penso pondo cuidado
nos detalhes, os olhos atentos nas cores, nas formas e o sorriso atento
na vida. ao simples respirar de vida, o rosto enche de alegria.]
outro
dia escutei uma plantinha conversando com o vento. achei fantástico.
dizia ela toda singela, no auge de seus poucos dias, que no estudo da
vida, nessa que o sujeito se lança com sede nos olhos, o termo é
coloquial.
fiz silêncio.
era deus.
imaginei os maiores mestres banguelos. os livros, conversas triviais de sábios. oh, sim!, os meninos nos girassóis...
fui
perto da plantinha - o nome dela, perdão, não foi a pergunta que me
surgiu. nem a ela. duas qualqueres, livres. duas simplesmente. e o sol
sorria em cima do encontro, olhei pro braço e senti. e olhei também pro
céu e li algumas nuvens. os movimentos lentos de tanto o vento prosear
purali mais embaixo. mediante a porção de vida dentro do meu sorriso,
então percebi que já estava há tempos em troca com a planta.
há um momento. e há infinitos. há infinitos e há um momento.
falei meio assim que é pra segurar os olhos. os olhos de vocês.
eu me chamo Lívia e sou aquela que gritou no final da música.
então
você se aproxima de uma planta, a cada novo passo, vá conhecendo a
fisionomia de sua nova amiga, deixa que ela te mude completamente,
entrega teu saber, chega bem pertinho e diz olá. não espere uma mudança
assim. mudança assim se diz quando o verde de repente é vermelho. ou
quando um elefante alado canta leve no fio do poste. portanto, não
espere o sapo de paletó. apenas saiba escutar a planta. dica: aprume os
ouvidos, ela fala muito baixo. mas é grande. é infinito e a gente não
volta. e mais uma vez o relógio te chama: ei!. e você volta para a sua
sala, reconhece as paredes, sente os pés: hoje é quarta-feira e as
janelas estão abertas corriqueiramente - propício ao ir. a mudança vem
sem dizer uma só palavra, essa que eu falo é dessas que é feito uma maçã
que amanhece mais saborosa. uma flor mais viva com o passar pingoso dos
segundos. e você vai se enchendo de sabedoria, o tal estudo da vida, as
lições de pé no barro. e o olhar reconhece o todo, o coração abraça o
universo. e você aninha as sementes na terra, faz uma oração breve que é
pra não enche-las demais. elas, animadíssimas.
você todo amor.
você a própria planta que vai nascer.
então compreenda. seja. se olhe no espelho.
o céu que por ventura se fizer dentro de você, é a resposta - no plural - que precisará na tua lida.
e que por sinal inventou uma dança meio maluca - eu, que um dia fiz amizade com a loucura e a vida ficou mais colorida.
sabe como é, a gente sonha e acorda em outro universo. prazer.
é uma honra rebentar neste domingo bem aqui neste local.
abraços.
livia bluebird, 5:48 PM
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