passos largos entre os polígonos da calçada, moedas no bolso tirando-lhe a atenção. pensamentos aos montes, nenhum concluído. não estava triste e nem feliz, não tinha concentração para tanto naquele dia. apenas andava e pensava em cenas e antes que esboçasse algum sentimento, uma nova cena, uma nova cena e uma nova cena. chamava aquilo de tranquilidade porque cansou da palavra apatia. e era assim ultimamente, sempre que a ausência de algo definido lhe assolava, se percebia tranquila. apenas um espaço para o vento passar com seu direito de ir e vir. e cenas, cenas lembradas, vividas e cenas inventadas. e de tão visceral que eram, perdia-se na dúvida entre o real e a ficção. mas tudo bobagem, daqui a pouco uma nova cena, uma nova cena e uma nova cena. na realidade, era tudo bobagem mesmo, não tinha mais forças de sentir maiores coisas por algo. sentia mesmo era o vento no seu rosto, sentia a tranquilidade dos últimos dias. nem sabia ao certo se aquilo que resolvera assim chamar condizia com o significado real, mas é que todo o resto lhe cansava, e cansada de ficar cansada, resolveu ser tranquila e desejar paz pra quem lhe cruzasse o caminho. e assim caminhava pela calçada ela e o vento, a passos largos e pensamentos curtos. fitou a frase rabiscada no tênis e sorriu.
livia bluebird, 3:19 PM
|
gostei muito desse..
Não posso dizer que
é o preferido,amei a maioria,
mas esse tem algo diferente..
(só nao sei oq)
gostei(muito mesmo)..