algumas linhas de meus dias. então, conte-me uma piada e vamos fingir felicidade. o dia está amanhecendo trazendo aquela melancolia conhecida nossa. conte-me aquela, aquela é boa, me faz rir. tão sem sentido, talvez seja a graça. aliás, comprei minha não-graça tentando achar em tudo o tal sentido. é, conte-me aquela mesmo. pelo menos há a lembrança, conheci a felicidade na infância, não se demorou, mas falou que mais tarde voltaria. pois bem, esse olhar distante que carrego é a espera. mas está amanhecendo e quem sabe amanhã. comprei um sabino pra mamãe. é fernando dando o ar de sua graça - seus grandes encontros, sua simplicidade complexa e isso não é nem de longe um paradoxo. paradoxo é um homem batendo punheta, dizia a porta do banheiro masculino e eu confesso que não entendi. talvez soasse engraçado se eu tivesse captado a mensagem, mas nem isso. e eu não tenho mais cabeça, nessas alturas do caminho, pra aguentar professora mal comida. eu poderia dizer amada, mas hoje eu preciso falar essas coisas vulgares, é tudo uma questão de extravasar. o moço do violão me presenteou em cheio, um lindo belchior dedilhado. o gelo desapareceu e a coca ficou aguada. ironias têm me machucado e falo sério. abrir a porta do porão tem me doído e eu não estou pensando no sentido das palavras, não esqueça que a cabeça abandonou minha voz. mas então, conte-me aquela piada e tudo resolvido.
livia bluebird, 3:53 AM
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