o dia funciona enquanto eu penso em quebrar, penso em ruptura. o dia continua enquanto pensando em parar. tudo funciona, os carros, os semáforos que, rigorosamente, mudam de cor, os acidentes, as brigas, o caos desse centro e o do lado de dentro também, a ordem da desordem. as placas nas ruas, e como seríamos sem elas? você insiste no não, eu digo que seríamos. nem errantes e nem nada, mas tudo, porque seríamos nós. sim, existiria o limite. não seria lembrado por mais uma placa, ele apenas não seria esquecido, existiria o respeito mútuo. e não se pensaria sobre o certo e o errado, e sim na fidelidade ao que se sente. talvez a incostância fosse mais presente, seria até a constante nossa. não me entendam radical, mas sonhadora. na rua movimentada, pessoas com pressa, pessoas com nada. elas querem chegar a algum lugar, sem se perguntar o porquê, elas só querem chegar. e acredite, ter um lugar para onde ir significa sanidade mental. chamam isso de objetivos. e eu que não quero ir a lugar algum, crio objetivos para não enlouquecer, mas quase sempre não são levados a sério. e eu só sei ser assim. eis mais uma explicação lógica (ou será mais uma versão da mesma) para a minha desistência humana. os cachorrinhos valem mais a pena. mas voltando às placas, eu só sei entender que estou na contramão.
livia bluebird, 10:59 PM
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