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caleidoscopicamente existindo.

(é proibido proibir.)

sexta-feira, março 17

não amamos as pessoas, amamos entidades. não amamos aquela pessoa, amamos o que ela nos representa. e, casualmente, o que ela nos representa é justo aquilo que buscamos: o interesse. amor enquanto admiração, o culto ao intocável, inatingível, agora é questão de ego: o querer. onde se esconde toda aquela coisa espiritual que acreditamos enquanto cegos (lê-se: apaixonados)? tudo faz parte de uma coerência lógica e a carência psicológica é a nossa prisão. e como se livrar de uma prisão senão desfrutando da mesma? bom, de tudo só ficou uma coisa: nada melhor que a racionalidade pra fazer sentir-me melhor e como estou atravessando uma sensação ímpar decidi acomodar-me nesta cadeira e aproveitar cada parte única que ela tem a me oferecer. pra isso eu preciso faltar a aula e é tudo que estou fazendo nesse exato momento de uma manhã de sexta-feira. se bem que às sextas raramente é dia de ir pra aula. fico por aqui pois não pretendo mudar o foco do post. o foco.. bem, o foco você sabe..
livia bluebird, 11:41 AM | 10 comments

10 Comments:

E não é que, apesar de ser feio (Eufemismo) pensar assim (E até sentir, quem sabe?), o Amor não é mesmo isso?

Concordo com os Titãs quando eles dizem "Não existe o Amor, existem apenas provas de Amor". O que seria o Amor se não pura conveniência? O que seria o mundo inteiro senão exclusivamente conveniência?
É meio naturalista esse pensamento, mas acredito muito nisso, não há como discordar de sua opinião.
Mas apesar das decepções, continuo sendo (lá no fundin(l)ho da alma) uma romântica, sonhadora incurável. Uma parte de mim ainda acredita no Amor, mesmo ele sendo fruto da necessidade humana (E egoísta!) de auto-preenchimento, do interesse (no sentido pejorativo) etc.. Acredito porque ainda existem aqueles (raros) casos em que esse sentido 'material' é quase esquecido e vive-se muito bem com uma pessoa que te proporcione algum benefício a alma e não só ao corpo.

Muitos poderiam ler nossas (Minhas e suas) palavras e pensarem 'Coitadas', 'Recalcadas' etc, não tenho dúvidas quanto à isso. Mas se existe uma coisa que eu aprendi com esse pensamento racional é que são exatamente esses pensamentos que nos 'salvam' a vida em alguns momentos duros; são eles que nos fazem perceber o quanto o Amor é apenas um 'estado de torpor mental e social', um estado passível de passar (Fui redundante?). São eles que minimizam a dor quando acordarmos de algum 'sono profundo e amoroso': percebendo que podemos sobreviver a isso e que algum dia ele poderá existir novamente, tudo se torna menos dolorido e mais fácil de ser superado. Aprendi isso na pele há algum tempo.



Ou que alguém me roube o coração e prove o contrário.
Anonymous Anônimo, at 17/3/06 11:11 PM  
escrevi um comentário do teu comentário. na verdade foram três. vi que ficou muito grande e que não tinha passado a vontade de falar. resolvi calar, talvez um dia a gente converse sobre isso 7 horas seguidas, que tenho idéias aos montes.
Anonymous Anônimo, at 18/3/06 2:13 PM  
O amor é o fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.
É dor que desatina sem doer.
Anonymous Anônimo, at 22/3/06 1:31 PM  
Ou talvez um dia você não se deixe levar pelo tamanho das palavras e sim pela vontade de pronunciá-las. Por favor, nunca as cale. =)
Anonymous Anônimo, at 22/3/06 10:57 PM  
já dizia platão..
temos idéias das coisas e essas idéias são apenas percepções das quais os sentidos fazem o caminho, traçam o olhar de nós para as coisas..

vibrei com esse teu texto, juro.

:*
Anonymous Anônimo, at 27/3/06 5:38 PM  
putz e escreve bem...
Anonymous Anônimo, at 27/3/06 10:11 PM  
vai pra puta que pariu lívia.. é incrível como não importa quando tempo eu passe sem "te ler" simplesmente adoro, sempre me identifico e emociono. sem contar às vezes (como agora) que o que você fala combina com algo que eu stou ou venho passando... lindo, um dos melhores que eu já lí. provavelmente pela fonte de inspiração, por mais que se tente racionalizar, nunca dá pra racionalizar tudo.. e eu acho que o gostinho d que falta é o que toca o coração de quem sente, já sentiu e só assim entende.. ain ain.. beijos moça ^^
Blogger @lorenanunes., at 31/3/06 6:56 PM  
retire a crase infeliz do "as vezes" do meu coment aí em cima.. :p
Blogger @lorenanunes., at 31/3/06 6:57 PM  
Não concordo com não existir o amor e sim provas de amor. Como se provar o que não existe? Se ele não existe, não se prova. Ou então, se prova que ele não existe. Se há provas de amor, há amor. Até porque, eu aprendi que, pra mim, o amor sou eu. Eu sou o amor. O meu amor. vejo ele, sinto ele, consumo ele, bebo ele... Vou amando quem eu acho que é merecedor do meu amor. Merecedor de mim. Às vezes ele nem o é, mas eu amo. E por que? Porque eu quero, porque me é certo, me é bom... Por vezes nem é certo e nem bom, e são nestas vezes que dói, que massacra. Aí, ainda é amor. Um amor canalizado, mas não retribuído. E é o que dói no ser-humano: a não-retribuição. A ingratidão. O amar sem ser amado dói. O odiar sem ser odiado também dói (menos, é claro, mas dói). Afinal, como continuar odiando quem te gosta? Eis que me convenço plenamente de que o que nos move é o retorno. Se eu te amo e tu me ama, maravilha. Se eu te amo e tu não me ama, tu é um bosta. Simples. Para quem pensa que amor é retribuição. Pra mim, amor é um sentimento. Sentimento meu. Que eu sinto por alguém que me despertou.
Anonymous Anônimo, at 7/4/06 3:33 PM  
quem me disse que não existe amor e sim provas de amor foi bertolucci em Os sonhadores.
Anonymous Anônimo, at 26/5/06 12:00 AM  

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