eu ia falar de coisas não muito boas que a gente acaba descobrindo inevitavelmente e sem querer, mas eu quero de coração é que as coisas não muito boas e tudo que vier junto a elas se danem. então, depois da limpeza me sobra muitas coisas boas, mas não entendo como uma merdinha consegue destruir quase todo aquele ritmo que venho tentando manter nas últimas semanas, pois é, não entendo, mas como boa filha vou obedecer a mamãe e pensar nas coisas boas, como as minhas conversas às segundas naquela penumbra banhada a insensos. e eu que nem gosto muito de insensos me acostumei bem. também tem meu programa favorito disparado às sextas que é ir ao bar de esquina com a mamãe, pena que ela não tem o ritmo de ir toda semana. ah é, e o primeiro dia de aula que foi legal, o segundo eu não sei porque acabei de acordar. mas legal mesmo foi andar pelas ruas escuras do centro às nove da noite e ver surgir um teatro roxo e descobrir que ele basta. digo, o teatro é o ponto, a rua acaba porque depois de um teatro roxo e um mosaico na parede não há nada mais grandioso que possa existir, então a rua silenciosamente se encerra por alí. sem falar na boa peça que se seguia. eu vou, você vai? você vai? e eu fui. nós fomos, eu, a moça batuta e uma latinha de coca-cola ardidamente gelada. quando já tinha dado por fim meu dia, uma conversa me toma e uns dizeres bonitos, nada de polianismo e aquele otimismo vazio, mas algo certo, fazendo coerência ao meu lento esforço. e eu completei: é, eu tô tentando, eu tô tentando. tô legal, nice is good.
livia bluebird, 3:14 PM
|