escrevi uns tópicos no meu bloquinho há uns dias. eram palavras soltas apenas pra lembrar de encaixar tais coisas em um texto quando chegasse em casa. mas aí eu esqueci e achei hoje e hoje muito coisa já se perdeu mesmo que os tópicos estejam alí me forçando a memória. eu poderia escrever milhões de vezes as mesmas coisas, nenhuma delas sairia parecido com aquilo que eu tinha em mente no exato momento que fiz as anotações no bloquinho. aliás, quando fiz os tópicos já estava reduzido ao máximo do que realmente queria. então prefiro nem tentar, prefiro nem prendê-las em palavras, prefiro não moldá-las à minha noção de melhor maneira. mesmo porque eu nunca consegui fazer algo que no final eu dissesse: é, é essa a melhor maneira. então fico aqui com meus tópicos só para não esquecer do dia em que pensei assim e que quis fazer um texto sobre, um texto que no momento parecia ser o melhor texto que ninguém jamais pensou em escrever e era o texto com o assunto mais banal que eu consigo imaginar. vida. era apenas isso, era apenas pra dizer como isso tudo é a vida e como isso tudo que a gente tenta se esquivar é o viver! e como a gente é medroso a toa, pois se todo o caminho é um campo minado, que venha a explosão e como o doer não pode ser separado em momento algum da vida de nada, muito menor do sorrir. é parte. no dia parecia ter tanto sentido, ainda faz, mas no dia parecia que eu era a única pessoa que tinha aquilo em mente. e é tão estranho falar isso em voz alta embora eu não esteja falando. mas tudo que eu queria falar de verdade era sobre um menino no parapeito que não sabe se chora ou se pula de uma vez justamente por não ver sentido nessas coisas absurdas.
livia bluebird, 10:36 PM
|